Wednesday, November 07, 2007

Os Penna conquistam a Europa... (Parte 2)


Depois de dominarem o Reino Unido, foi a vez do casal Penna conquistar o resto do continente (ou, pelo menos, parte dele). O primeiro lugar escolhido para fincarem sua bandeira foi Paris. E numa bela manhã (ainda escura) saímos todos pelas ruas de New Cross a caminho de Waterloo. (Diferentemente dos dias de Napoleão, a invasão seria feita por trem.) Pegamos o Eurostar e fomos direto para o centro de Paris. A viagem foi muito tranqüila, como de costume, e chegamos em Paris numa bela manhã de sol, com fome e prontos para almoçar. Novamente, escolhemos um hotelzinho bem perto da Gare du Nord e não tivemos que caminhar muito.

Não precisamos caminhar muito até o hotel, porque dali em diante a viagem começou com um pé atrás do outro e em passo ligeiro. De lá, já fomos andando na direção das ilhas, sempre aproveitando o sol para passear na beira do rio. Caminhamos pela margem Norte do Hôtel de Ville até o Musée du Louvre. Nesse caminho tem uma longa exibição de quadros e outros artesanatos. A quantidade de cafés também é outra tentação que tenta atrasar a caminhada, mas fomos fortes (pelo menos até aqui)!

Claro que entramos no museu, afinal ela estava nos esperando. Ela mesma, a misteriosa Gioconda (mandou beijo pra todo mundo). Caminhamos rapidamente pelo museu, mas foi suficiente para matar a vontade de ver aquelas obras que sempre sonhamos. Saindo de lá continuamos a caminhada subindo a Champs-Elysées. Aí não deu mais para agüentar e nós tivemos que tomar um café (a Graça teve que tomar dois).

Gostei de ver, as senhoras foram fortes e resistiram bem a todas aquelas vitrines de grife sem gastar um tostão. Chegamos lá em cima no Arc de Triomphe no final da tarde e ficamos esperando o sol se pôr para ver o arco iluminado. André gostou tanto da vista que deu uma de Napoleão desfilando pela avenida. Literalmente, foi de para o trânsito!

Esse foi o primeiro dia. Voltamos para o hotel à noitinha, todos esgotados da caminhada. Nada melhor que jantar e dormir. (Vamos escrever com todas as letras para deixar bem claro: apesar de estarmos na França, tomamos banho sim!)

No segundo dia acordamos novamente bem cedo, tomamos café no hotel e saímos para visitar a Notre Dame. Visitamos por dentro e por fora, fotos daqui e fotos dali... O sol começou a sair e a Lilian ganhou um beijinho pra comemorar.

Também caminhamos pelas redondezas antes de pegarmos o barco para descer o rio. Fizemos uma rápida parada perto do museu para cruzarmos os jardins e visitar o Palais Royal. Lá, a Lilian se inspirou num rapaz que estava tocando cello e saiu rodopiando, como uma bailarina, pátio afora.

Acabada a dança, pegamos novamente o barco, desta vez em direção à Tour Eiffel. E não é que assim que nós desembarcamos aos pés da torre a Lilian sentiu aquele cheirinho... Se você está pensando em cheiro de perfume francês, se enganou. Ela saiu flutuando, seguindo a fumacinha que vinha de uma barraquinha de favos! Isso mesmo, ela comeu mais um favo com Nutella. E desta vez ainda levou a Graça como cúmplice.

Antes de subirmos na torre fomos passear ali por baixo. Quando o dia estava escurecendo, subimos para o segundo andar e vimos o pôr-do-sol lá de cima. Muito bonito! Mais bonita ainda é a cidade iluminada! E como que por instinto, mesmo lá no alto da torre, a Graça encontrou um cafezinho para se esquentar do vento frio. Descemos da torre e voltamos pra casa, digo, para o hotel... esse foi nosso segundo dia.

No terceiro e último dia fomos passear no Château de Versailles, a famosa residência do Rei Louis XV. Acho que nunca havia visto tanta opulência e frescura num lugar só. O palácio é fantástico em todos os seus detalhes: impressionante. O ponto alto (na minha opinião, foi o teatro de ópera para uso do rei e seus convidados de salto alto e meia fina. Do lado de fora, a imensidão dos jardins, com todas as suas esculturas e fontes, impressiona a todos os visitantes. Ficamos todos maravilhados com o passeio e voltamos pro hotel felizes e contentes.

E foi assim: caminhando, tomando café e comendo favo com Nutella que os Penna conquistaram Paris. Depois de três dias voltamos para casa (agora sim), London, New Cross. Mas logo já estava na hora de viajar novamente. Destino: Espanha...


Paris e Versailles
6-8/05/2007
França



Tuesday, September 25, 2007

Os Penna conquistam a Europa... (Parte 1)


E o Leo arrumou suas malas (ou melhor, a mala) e partiu para seu mochilão na Europa. Sei que você deve estar muito curioso para saber das aventuras dele por lá, mas isso você vai ter que ler no blog dele. E se você pensa que nós ficamos sozinhos enquanto o Leo estava passeando está redondamente enganado (se eu falasse enganado ao quadrado iria soar muito nerd – essa foi para o Leo). Logo que ele saiu nós recebemos mais visitas. Adivinha quem chegou para por um fim no desespero da Lilian? Papai e mamãe!

A festa já começou no aeroporto. A Li foi segurando a florzinha dede a nossa casa contando os segundos para o abraço. E esse foi inesquecível! Como o André estava cansado de andar de táxi, pegamos o metrô mesmo. Tudo bem que Heathrow fica na ponta Oeste e nós morávamos no extremo Leste, mas dá pra ver como a Lilian curtiu a jornada sendo apertada durante o longo caminho. Com tanta conversa para por em dia, as duas começaram no trem e só pararam quando as cordas vocais já estavam fatigadas, isto é, na manhã do dia seguinte.

Nestes primeiros dias eles foram conhecer os principais pontos de London, aqueles que todos que vêm aqui têm que visitar. E é claro que neste roteiro está incluída uma parada num tradicional pub londrino para o almoço. Olha só que mistura de alegria e ansiedade para provar a tão famosa cozinha inglesa! (Repare que a plaquetinha na mão do André mostra quantos pratos ele já havia devorado antes deste.)

E eu gostei de ver. A Lilian já estava cansada, mas os dois ainda estavam disposto a caminhar mais (acho que foi toda a energia armazenada no almoço). O passeio foi longo e esses dias foram inesquecíveis tanto para eles quanto para nós. Foi muito bom matar a saudade depois de tanto tempo sem nos encontrarmos.

Eles vieram para London para passar mais de um mês. Então não espere que vou contar todas as histórias neste post apenas, ainda temos mais alguns na seqüência. Eles chegaram numa quinta-feira de manhã. Mas, nem precisaram desarrumar as malas porque no domingo mesmo já estávamos todos a caminho de Paris, a primeira viagem da série Penna. Mas isso, é assunto para o próximo post.

Penna em London
05/2007
London






Thursday, August 30, 2007

Leo on holidays...


O Leo chegou no dia 3 de abril. Logo que o encontramos percebemos que ele precisava de uns ajustes. Depois de quatro meses nos EUA (ainda mais em West Vi-rrrrr-ginia) seu sotaque estava um pouco desajustado. Um “R” caipira, “T” com som de “R” enrolado, umas palavras estranhas, uma pronúncia fora do padrão BBC English. Digamos que ele estava mais para Bush do que para Elizabeth II. Optamos por fazer um intensivo antes que ele passasse mais apuros nas suas viagens pela Europa. Logo programamos uma viagem para o interior da Inglaterra, onde o verdadeiro inglês ainda é cultivado na sua forma mais autêntica.

Numa manhã bem cedo pegamos o trem em King’s Cross e seguimos para Nottingham. Achou o nome familiar? Então você já leu alguma história de Robin Hood, pois esta é a terra dele. Uma cidade bem movimentada no centro da Inglaterra, 200Km ao Norte de London. Ficamos em um albergue e conhecemos a cidade toda em dois dias. Em um deles pegamos um ônibus e fomos conhecer a floresta de Sherwood, onde Robin Hood e seus foras-da-lei se escondiam. Caminhamos bastante por trilhas e bosques cheios de carvalhos e outras árvores gigantes. No centro do parque há um carvalho centenário – todo cheio de escoras para não cair – impressionante.

Depois pegamos outro trem se seguimos mais 140Km ao Norte, paramos em Sheffield e chegamos em York. Esta não é a New York, mas a original, a velha York que fica em North Yorkshire. Trata-se de uma cidade medieval muito bem preservada. O centro ainda é cercado por uma muralha construída durante o império Romano (e reconstruída muitas outras vezes depois). É possível contornar todo o centro da cidade caminhando por cima da muralha. Os portões que davam acesso a cidade também são fascinantes.

Um belo rio cruza a cidade passando por debaixo da muralha. O local é cheio de mistérios e eles aproveitam bem essa fama. Alguns contadores de histórias formam grupos para umas caminhadas no início da noite. O passeio começa do lado de fora de um pub tradicional na beira do rio e percorre todo o centro histórico. O artista vai contando os causos num clima de mistério e de vez em quando prega sustos no pessoal.

Também no centro da cidade há um grande castelo, onde hoje funciona o York Castle Museum. Muito interessante, esse museu possui uma sessão que mostra algumas ruas na era vitoriana. Tem de tudo nesta autêntica vila: bombeiros, pub, correio, polícia, lojas, barbeiro, sapataria, padaria e por aí vai. Mas sem dúvidas a jóia do lugar é a York Minster, a maior catedral gótica da Europa. É uma catedral anglicana com uma nave principal de 150 metros de comprimento e 30 metros de altura. Sempre houve uma igreja neste local desde o ano 627 (isso mesmo, 627) mas a atual construção teve inicio em 1220 e só foi terminada em 1472! (Curiosidade: o cristianismo chegou em York por volta do ano 300.) Visitamos a catedral no domingo pela manhã e participamos do culto de páscoa.

Outro fato importante na história de York foi a invasão dos vikings (os loiros chifrudos da Escandinávia). Por volta do ano 850 eles ficaram cansados do frio que fazia por lá e decidiram tentar a sorte mais ao Sul invadindo a Grã-Bretanha. Resultado: dominaram York (que foi chamada Jorvik) e ocuparam o local por 200 anos, até serem expulsos. Há um campo arqueológico muito grande na cidade que já desvendou muitas coisas sobre os hábitos e costumes desse povo.


Passamos três dias em York antes de pegarmos o trem direto para London. Como resultado, o Leo ainda voltou falando um pouco de American English, mas já melhorou bastante. Pelo menos agora ele sabe que esteve viajando “on holidays” e não “on vacation”.

Uma rápida passada pelas fotos: Lá em cima você vê o trio na entrada da Sherwood Forest; na segunda, Leo e Lilian no centro de Nottingham; terceira, Guto e o velho carvalho de Sherwood; quarta, Lilian caminhando na muralha de York (repare na York Minster ao fundo); quinta, Leo na muralha; sexta, o portão de Micklegate Bar (onde alguns perderam a cabeça); sétima, Guto e Lilian "dentro" de uma antiga abadia; oitava, Leo e Lilian quebrando a cabeça no Sudoku; nona, Lilian e sua despedida; e última, York Minster. Você também pode acompanhar a viagem pelo mapa abaixo.

Nottingham e York
7-10/04/2007
Eat Anglia







Wednesday, August 01, 2007

Visitas...

Já estamos entrando em agosto e os posts ainda estão parados em fevereiro! Já estava preparando uma reclamação, pois não agüentava mais entrar nesse blog e ver sempre as mesmas fotos: desanimador! Daí, lembrei que sou eu o autor deste blog... ao invés de reclamar, preciso mesmo é escrever. Mãos à obra!

Para tirar um pouco do atraso, hoje teremos um post no estilo “Back to the future”. Calma, não pense que vamos simplesmente pular seis meses de histórias e começar a escrever sobre o segundo semestre como se nada tivesse acontecido. Mas, vamos fazer um post “retrospectiva” com vários assuntos de fevereiro a abril de 2007. E para o post não ficar sem um tema, hoje vamos falar sobre algumas visitas que recebemos nestes três meses. Apertem os cintos, o DeLorean acelera atingindo 88 miles per hour... tan-taan-tan-taan-tãrã-rãrã-rãraan (poucos entenderão esta parte).

No dia 18 de fevereiro tivemos nossa primeira reunião com um grupo de brasileiros na LCPC (a nossa igreja aqui, leia os posts anteriores). Começamos um projeto chamado “Aquele abraço!” (qualquer semelhança, não é mera coincidência) com o objetivo de pregar o Evengelho e reunir mais alguns cristãos brasileiros perdidos em London. Até que seu inglês esteja afiado para acompanhar uma igreja daqui, um cristão reformado brasileiro não tem nenhuma opção em português. A vasta maioria das igrejas cristãs brasileiras em London são muito fumaça mesmo (e põe fumaça nisso). Aos poucos o grupo vai crescendo e, uma a uma, novas pessoas vão chegando. Às vezes o Senhor dos dá umas surpresas: chegaram quatro de uma vez! A querida família Augusto que acabou de se mudar pra London (pra vocês matarem a saudade, essa foto foi tirada há duas semanas).

Em casa também recebemos visitas. Nossas queridas amigas sul-africanas foram jantar conosco em março. Já sentimos saudades delas, porque três meninas já voltaram para a África do Sul. Foi uma noite muito agradável, mas já com um clima de até logo. Agora teremos que ir até lá para revê-las (que dureza...). Repare a alegria da Marlene ao provar, pela primeira vez, uma paçoquinha Amor.

No trabalho recebemos a visita da Williams. Não se trata de nenhuma madame britânica, mas estou falando da escuderia de Fórmula 1. Eles trouxeram o carro para alguns testes em nosso túnel de vento. Foi uma festa para os técnicos e engenheiros ver o carro todo depenado e os segredos todos revelados. Não preciso dizer que enchi meu cartão de memória com fotos de todos os possíveis ângulos e detalhes.

Depois foi nossa vez de fazermos uma visita. Junto com alguns colegas, fui à um simpósio em Nottingham (a terra do Robin Hood). Não vou falar sobre o lugar agora porque pretendo escrever um post inteiro sobre uma outra viagem que fizemos à cidade. Mas, nessa foto você pode ver o que dizem ser o pub mais antigo da Inglaterra. Chama-se “Ye old trip to Jerusalem”. Trata-se de uma estalagem de 1189 incrustada na rocha aos pés do castelo de Nottingham. Diz a lenda que os cavaleiros que seguiram Ricardo I na terceira cruzada fizeram uma paradinha por aqui para tomar um “pint” antes de seguirem para Jerusalém, daí vem o nome. Pra matar a curiosidade, visite
www.triptojerusalem.com.

Mas, de repente, no começo de abril, eis que chega um visitante ilustre. Depois de sua saga gelada pelas montanhas de West Virginia, o ermitão veio reabastecer seus suprimentos antes de partir para uma jornada solitária pelo velho mundo. (Isso ta parecendo caça aos monges.) Pois é, o Leo chegou em London. E temos muitas histórias para escrever sobre sua temporada por aqui. Mas isso é assunto para os futuros posts. Aguardem...

Quase me esqueci. Também recebemos uma visita muito esperada. O pé de pimentão amarelo que havia plantado da semente cresceu bonito e nos deu um fruto. Digo que foi apenas uma visita porque, logo que ele cresceu, virou salada. O pé continua em casa, cada vez maior, e espero um novo pimentão em breve.


Visitas
fevereiro à abril de 2007
London


Friday, June 29, 2007

Lilian 27 anos...


Vamos lá! Continuando com o bom ritmo dos posts neste blog aí vai mais um do começo de fevereiro. Certas pessoas andam me pedindo para não revelar mais a idade, então prometo que não vou dizer quantos anos a Lilian fez em 2007. Quem quiser que faça as contas... ano passado ela fez 26 e ano que vem vai fazer 28. Pronto, isso é tudo.

E mesmo chegando cada vez mais perto dos 60 (o que não deixa de ser verdade) ela ainda gosta de uma boa festinha com bolo e velinhas. Aliás, uma não, duas! Pois é, este ano ela teve duas festas, dois bolos, cantamos Parabéns duas vezes... Será que isso conta para avançar a idade em dois anos?

No dia 8 de fevereiro, que é mesmo a data do seu aniversário, ela teve uma festinha em casa para convidar seus amiguinhos brasileiros. Bom, na verdade foram as brasileiras e seus maridos estrangeiros. Acho que você já conhece todos eles de outros posts, exceto o Ian e a Ana Maria, o simpático casal quase-brasileiro de nossa Igreja . Não preciso dizer que na festinha da Li teve brigadeiro, mas você nunca imaginaria que também comemoramos com paçoquinha Amor... (humm!)

Porém , no dia 11 de fevereiro, ela achou que ainda precisava comemorar um pouquinho mais este primeiro aniversário fora do país. Pois não é que sua amiga Luciana faz aniversário no dia seguinte e as duas programaram mais uma festa! Nos divertimos muito, e comemos muito bem também. Josué, marido da Lu, é chefe em um restaurante brasileiro em London e conseguiu umas peças de picanha autênticas! Sem falar na sua receita de risoto de abóbora com queijo brie e presunto parma... (outro humm!)

Mas não poderia me esquecer de contar do maior presente que a Li recebeu neste ano. Não, não foi a bota que eu dei pra ela. Mas foi a neve que caiu em London bem no dia de seu aniversário. Todos os londrinos reclamando e nós dois adorando a novidade. Foi a primeira vez que a Li viu neve, foi a primeira vez que eu comi neve... (mais um humm!)

Começou a nevar no meio da noite e caiu bastante neve até o amanhecer. Quando saímos de casa – e ainda estava escuro porque era inverno – tudo estava forrado de branco. O parque na frente de casa parecia um tapete branco. A rua, onde nenhum carro tinha passado ainda, estava acolchoada de branco. Tudo nunca esteve tão limpo em New Cross! Mesmo tendo parado de nevar ao amanhecer, o gelo não derreteu durante o dia e ainda vimos neve quando voltamos para casa.

Foi assim que a Lilian brincou na neve pela primeira vez aos 27 anos. Ops, ah não... revelei a idade... Ano que vem prometo que vou guardar o segredo. Acho que não preciso explicar as fotos de hoje. Talvez a penúltima apenas: como estava muito frio para passear no parque, preferimos enviar representantes, esses dois sentados no banco do Hyde Park.

Lilian 27
08/02/2007
London