Friday, October 20, 2006

Outono em Paris... (Parte 2)


Nosso segundo dia em Paris foi tão bom quanto o primeiro! Depois de uma boa noite de descanso, nada melhor que um café da manhã com croissant e geléia. Rapidinho saímos para a caminhada. Passamos pela Place de la République (que não é tão bonita como a Praça da República de São Paulo) e seguimos direto para Notre Dame. Chegamos na beira do rio pela frente do Hôtel de Ville, um grande hotel histórico com um prédio impressionante. Atrevessamos a ponte para a Île de la Cité e chegamos na frente da catedral. Apesar de termos chegado na catedral pela manhã, escolhi essa foto tirada à noite.

Esmeralda estava lá, dançando com seu pandeirinho no meio da praça. E claro, ele, nosso amigo Quasimodo, deu aquele assobio acenando lá do alto da torre: "Lilian, sobe aqui, corre!" Como somos brasileiros educados, fomos para o final da fila (mesmo sendo amigo do zelador do prédio) para subir os 357 degraus até o topo. A vista da cidade é fantástica! Dá pra entender porque os gárgulas não se cansam de ficar lá a vida interia só apreciando (e olha que eles estão lá desde 1250) . Dá pra ver praticamente a cidade inteira, desde Montmatre ao Norte, até o Panthéon ao Sul. Mas, o mais interessante ainda está do lado de dentro das torres. O famoso sino Emmanuel estava lá com suas magníficas toneladas de bronze. No final, a Lilian tentou convencer seu tímido e corcunda amigo para sair numa foto. Mas, na hora de apertar o botão, o envergonhado fugiu. Se você reparar bem na foto conseguirá ver apenas o pezinho dele sentado atrás da viga.

O interior da catedral gótica também é impressionante. Cada cantinho tem um detalhe. O tesouro da catedral está cheio das chamadas relíquias sacras, tudo preciosamente protegido dentro de vidrinhos e altares de ouro como se um pedacinho de madeira tivesse algum poder. Eles dizem ter tantos pedacinhos da cruz de Cristo que eu construiria umas 20 cruzes!(?) Infelizmente, um show de idolatria, mas também um show de arquitetura! (que vale a pena). A nave do templo é muito alta. Um ambiente escuro e esfumaçado por muitas velas, todo decorado com esculturas e afrescos. Nas duas paredes laterais destacam-se as duas rosas de vitral. Nossa camerazinha suou para tirar essa foto, mas conseguiu vencer a pouca luz e registrar a beleza e o mistério que os bispos medievais queriam preservar.

Pé na estrada, lá vamos nós outra vez... é tão bonito subir no palco e cantar pra vocês... (Opa, me empolguei. É saudade da roça.) Saímos de Notre Dame, atravessamos para a margem Sul do rio e fomos caminhando na direção do Panthéon. Mas antes, um pequeno desvio no meio do caminho e a pose para uma foto na frente da universidade. Agora eu posso dizer que "passei na Sorbonne" (Entendeu, né?... passei na Sorbonne... hehe, foi uma piada). Mais um pouco de caminhada pelo Quartier Latin, o bairro universitário de Paris, e chegamos no belo Panthéon.

Ele já foi uma igreja, depois deixou de ser. Voltou a ser igreja, mas deixou de ser outra vez. Agora (desde Napoleão) é um prédio público para eventos cívicos. Reapre no texto escrito no beiral: "Aux Grands Hommes la Patrie Reconnaissante". Na verdade, Napoleão transformou esse lugar em um mausoléu para pessoas importantes para a história da França. A parte de cima tem um saguão gigantesco repleto de pinturas e esculturas que contam as heróicas vitórias militares da França. Na verdade, o lugar é um pouco vazio. Mas, isso se justifica pelo pequeno número de vitórias francesas (hehe, meu humor inglês não resistiu). Em 1851, no alto do domo, o cientista Léon Foucault pendurou o seu famoso pêndulo para provar o movimento de rotação da Terra. Hoje, há uma réplica funcionando no local.

Mais alguns degraus abaixo e nós chegamos na cripta. Lá estão os túmulos dos maiores franceses da história, todos condecorados como heróis da Pátria. Vimos os túmulos de Voltaire, Rousseau, Victor Hugo, Marie Curie, Braille entre outros esqueletinhos que por lá esperam o último dia. Mas, uma das coisas mais impressionantes foi a escultura mais-que-modernista que estava espalhada por todo o saguão principal. Um brasileiro chamado Ernesto Neto criou uma composição interessante com sacos de tecido, bolinhas de isopor e areia. Pendurou tudo tomando todo o salão. parecia mais o resultado de um ataque alienígena, como se tivessem derramado um monte de gosma entrado e escorrendo pelas frestas do teto. Diferente!, mas o brasileiro estava lá, marcando presença com sua obra de arte num dos monumentos mais importantes da França.

Ufa, o dia está chegando ao fim. Mas ainda ha'tempo para uma última aventura culinária. Saímos do Panthéon ao anoitecer e fomos caminhando até encontrar um restaurante. Chegando em Cluny encontramos uma rua repleta de restaurantes, bistrôs e cafés. No segundo dia tivemos um próprio jantar francês. Com vinho, escargot de entrada, prato principal e sobremesa. Isso mesmo, você leu corretamente: escargot, caramujo, caracol... A Lilian me surpreendeu: adorou e queria mais. Barriga cheia, hora de pegar o metrô e voltar para o hotel... zzzZZZ. Fez-se tarde e manhã: o segundo dia.

02/10/2006
Île de la Cité, Quartier Latin
Paris

5 comments:

Anonymous said...

Oi filhos,
Viajei de novo com vocês. Os detalhes estão tão ricamente comentados que parece que estou vendo tudo outra vez. Que bela viagem! Com certeza, inesquecível!
Beijos
Mãe De

Unknown said...

Nossa...os comentários sobre os lugares que vão ...parece que estou nos lugares...e as fotos são lindas...espero poder visitar esses lugares ano que vém...
Muitos abraços para os dois...

Anonymous said...

Meus amigos,

Anonymous said...

Agora sim, meu comentário, rs..
Muito legal seu texto Guto, descrevendo os lugares visitados em Paris.
Espero um dia poder visitar esses mesmos lugares com vocês.
Abraços. Saudades.
rei

Anonymous said...

"traveling with you guys is history come alive"... Demorou mas vim. É realmente marailhoso viajar com vcs mesmo que por aqui. não contando a felicidade que temos ao ver vcs bem, o lugar onde estão é mesmo lindo. Paris então... Parabéns pela viagem.
Saudades...
Continuem a nadar...
Sheilocas